terça-feira, novembro 07, 2006

Hoje vamos de Cecília


Meus poemas são todos ridículos, assim como é condição intrínseca de todos os poemas serem assim. Quem me dera um anjo me inspirasse a escrever... escreveria poesia sobre a vida... tão vazia de poesia...
Mas nenhum anjo me inspira....
E tudo que posso fazer é ler as ridicularidades poéticas alheias que tanto me tocam a alma mesmo não sendo meus... e que mesmo não sendo meus, e talvez por isso mesmo, são tão belos...
E hoje vamos de Cecília...




Canção

Há uma canção que já não fala,
que se recolhe dolorida.
Onde, o lábio para cantá-la?
Onde, o tempo de ser ouvida?

Quando alguém passa e ainda murmura,
abro os olhos, quase assustada.
A voz humana é absurda, obscura,
sem força para dizer nada.

Qual será sobre a nossa poeira,
o lugar dessa flor secreta,
- da frágil canção derradeira
murcha no silêncio do poeta?

(...)




... a última estrofe julguei supérflua
e deletei dos meus anais...

... afinal de contas seres de alma errante também escolhem onde querem pousar
e entendam como quiserem...


- Anna Emíllia Meira Soares -

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