domingo, abril 29, 2007

Trigésima Primeira Voz - Ei, Flor!


"Onte eu vi maria no seu jardim
Tá cuiendo flor prá jogar ni mim
Bem que eu tô sabendo que ocê é meu
Tá cuiendo flor pra jogar ni eu
To doidim mode ela, ela doidim mode eu
Tá cuiendo flor pra jogar ni eu
Ei flor, cadê o cheiro que você prometeu
Ei flor, não venha me dizer que se esqueceu
Ei flor, será que não se lembra mais deu
Ei flor, daquele cravo dijuntim seu
Amor, nosso brinquedo no pé de juá
Ei flor, não esconda vê se vem me dá
Amor, será que ocê se esqueceu de mim
Não acredito no que vejo
Pois sei que o seu desejo
Era me amar até o fim
Amor, será que bicho foi que te mordeu
Ei flor, será que foi que se assucedeu
Amor, não lembra mais do seu dodói
Eu era o lírio dos teus olhos
Nóis banhava no riacho
Diacho valha-me deus
Ei flor, cadê o cheiro que você prometeu
Ei flor, não venha me dizer que se esqueceu
Ei flor, será que não se lembra mais deu
Ei flor, daquele cravo dijuntim seu"


- Juraildes da Cruz -

segunda-feira, abril 23, 2007

Trigésima Voz - Fairy Tale


"Era uma vez, num palácio encantado
uma Princesa que o destino escravizou
um Seresteiro que cantava na janela gostou dela
e foi aí que a história começou...
Os dois sonharam mil venturas mas o Rei
Por tirania, bruscamente os separou
E a Princesa foi trancada num castelo muito belo
e foi aí que a história terminou.

- Seresteiro esconde a dor dessa amizade na saudade,
que o teu amor, não volta mais.
- Sorria! Que ainda te resta a luz da lua!
A minha história é igual à sua!
Nossos destinos são iguais...
- Seresteiro eu também tive uma princesa que a crureza
do Rei malvado me levou...
- E hoje na minha estrofe mais singela,
vou cantando o nome dela
Triste lembrança que ficou!"
(Era uma Vez - René Bittencourt - Gravada por Gilberto Alves, 1945) - Agradecimento especial ao leitor do "Vozes em minha cidade", Iuri Guilherme dos Santos Martins

domingo, abril 22, 2007

Vigésima Nona Voz - Sua fala é como canção


Quantos levantes levarão meus dias?
Entre brilhantes, inocentes olhos
Me calo em prantos e em risonhos sonhos,
Choro palavras, coração disfarça.

E entre muros e estrelas mil,
te encontro em mim, meu solitário encanto
E em braços mornos, em doces quebrantos
Mil penas cumpro, prisioneiro em ti.

Reflito cores, sentimentos, dores
te faço ondas nesse mar azul
O velho canta novos horizontes
O novo teme seus antigos fins

Quantos levantes levarão meus dias,
que entre muros e estrelas mil,
reflete cores, sentimentos, dores,
de quem não vive pois jamais sentiu.


- Todas as Vozes -

sábado, abril 21, 2007

Vigésima Oitava Voz - Vamos ao próximo capítulo


Enjoei!
Tomei asco!

Tão repentino! Nem me dei conta do vacilo!
E surpresa, convivi com a cegueira!

Sem palavras para manter esse torpor,
despertei à realidade
hoje tão vazia...
Que bom o tempo dado!
Boa distância! Agradeço a Deus!
Cabeça fria: boa conselheira que me diz:
“Fruta Verde meu bem: dá dor de estômago!”

O gosto nunca sentido, hoje é amargo!
Tal qual o gosto verde de bile...

E nesse ínterim,
só tenho a dizer que enjoei!
Enfim! Tomei asco!
- Todas as Vozes -

quinta-feira, abril 19, 2007

Vigésima Sétima Voz - Fim de Festa


Quarta-feira de cinzas
Cinzas
Dia nublado, chuvoso
Assim como meus pensamentos
Meu humor.
Dia irônico para começar uma nova vida.
Cinzas
Será, que como uma fênix,
Vou juntar o que sobrou de mim mesma
E renascer com todo o esplendor?
Improvável.
Talvez eu renasça,
Sim.
Mas talvez o esplendor não seja meu ponto de partida
E sim as cinzas.


- Codinome F.E.L. -

Vigésima Sexta Voz - RESERVADA PARA VIGOTSKY E FREUD

Autores em processo pesquisa teórica, cosmológica, espiritual, animalógica, zoológica e antropológica!

sexta-feira, abril 13, 2007

Vigésima Quinta Voz - Saudade é Fome




Gente... Saudade é fome!
Saudade é fruta que não se come!
Verde dá dor de estômago,
Madura dá dor no peito

De tanto que dói a Saudade é sede!
É sede que água não mata,
mas que mata a gente de tão urgente...

Gente! Descobri que a Saudade é fome!
Minto! Foi Clarice! Ela que disse...

"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas as vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: Quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."

Meu Deus! Como é que pode! Saudade é fome!
Que mata e corrói o coração do homem

Gente... Saudade pode matar!!!!!!
- Todas as Vozes -

Décima Quarta Voz - Sol de Tempestade




Era noite. Fazia frio e a chuva caía lá fora. Em minha cama, ouvia os trovões rebombando como balas de canhões, anunciando que a tempestade iria piorar. Ela veio e se sentou ao meu lado.
Conhecia aquele rosto, aquele sorriso, aquela voz. Amava aquele abraço e aquele cheirinho de alfazema. Suas mãos trouxeram-me um cobertor. A lã me fazia coçar, mas estava tudo bem, porque ela estava ali. O medo havia ido embora.
Hoje, a cama ainda está no mesmo lugar. Talvez caiam novas chuvas e novas tempestades. Mas há dez anos procuro por aquela mão, que apenas ao segurar a minha, me fazia crer que nada de ruim poderia acontecer... e ela não está mais lá...
- Todas as Vozes -


sábado, abril 07, 2007

Vigésima Terceira Voz - Cor de Coral


"Não sei...
se a vida é curta
ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
não seja nem curta,
nem longa demais,
Mas que seja intensa,verdadeira, pura...
Enquanto durar"
- Cora Coralina -

sexta-feira, abril 06, 2007

Vigésima Segunda Voz - Ju e Pablo


Desde que te vi tô cego de paixão
Nunca mais pensei em mim, pirei
Quando a luz do teu olhar
Cruzou o meu olhar
Vi que ali estava a minha outra parte

Quis me aproximar
Daquele coração
Que eu nunca vi mas sempre amei
Se a vida tem um fim
O amor não é assim
Faz de cada vida uma outra parte do infinito amor

Tanto tempo esperando o infinito amor
Nossas almas, estrelas de eterno ardor, coração
Que só quer ser feliz, seja onde for
Breve coração
Tens um eterno amor
Que me inunda a alma de emoção
Ao saber que em algum lugar,
Outros tempos, outro mar,
Nossos olhos se cruzavam como hoje no infinito amor

Tanto tempo esperando o infinito amor

Nossas almas, estrelas de eterno ardor, coração
Que só quer ser feliz, seja onde for
Sem me falar li no seu olhar
Você sempre esteve em mim, hoje eu sei
Por uma razão maior a vida nos juntou
Para sempre unidos no infinito amor
Tantas vidas seguindo o infinito amor

- Jorge Vercilo -

quinta-feira, abril 05, 2007

Vigésima Primeira Voz - Aguando o Bom do Amor


Pra que mentir, fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor?
A emoção acabou!
Que coincidência é o amor!
A nossa música nunca mais tocou...
Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções?
Desperdiçando o meu mel, devagarzinho, flor em flor,
entre os meus inimigos, beija-flor!

Eu protegi o teu nome por amor em um codinome, Beija-flor!
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor!
Que só eu que podia dentro da tua orelha fria dizer segredos de liquidificador
Você sonhava acordada um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor...

- Cazuza -