terça-feira, julho 24, 2007

Sextuagésima Sétima Voz - Todas as Vozes não dorme


"Green light, Seven Eleven"
Casa, casa, casa, casa... Cadê meu sono? Quero dormir, mas esse cérebro não desliga! Acho que essa cadeira tá muito dura, preciso lembrar de colocar uma almofada... e eu nem comprei um maço de cigarros... eu nem fumo, porque precisaria de um maço de cigarros? Eu hein...
"Dressed up like a car crash"
Acho que a água ferveu... Meu deus é tarde, e eu trabalho amanhã bem cedo... e como ele disse aquilo? Como assim eu não ligo?
"Because when he hurts you, you feel alive"
Mas tô tão cansada de me machucar... tão cansada de cair... tão cansada de estar só... tão cansada de estar acompanhada...
"Red lights, gray morning"
Nem amanheceu ainda, mas a manhã já dói... a manhã já grita... o amanhã já é urgente... que música é essa? Ah! Stay... Adoro essa música...
"And if you look, you look through me, and when you talk, you talk at me, and when I touch you, you don't feel a thing"
Se eu pudesse ficar presa por vontade... livre por opção... tudo misturado... O que? Acho que já não estou mais raciocinando... tão distante de mim mesma, de minhas vontades, de meus sonhos... e ao mesmo tempo tão perto de tudo isso...
"And if you listen I can't call, and if you jump, you just might fall, and if you shout, I'll only hear you"
Acho que eu tenho que dormir... "If I could Stay" é... If I could stay... Then the night would give you up... Mas Bono... A noite não vai me trazer quem eu quero de volta... muito menos vai me dar quem eu quero... Tenho que dormir...
"Just the bang, and the clatter, as an angel hits the ground"
Poxa... Mas começou a tocar Elevation! Acho que posso esperar mais um pouquinho... Não tô com sono mesmo...

- Todas as Vozes -

sexta-feira, julho 20, 2007

Sextuagésima Sexta Voz - Todas as Vozes Grita


"Eu era tão feliz
E não sabia, amor
Fiz tudo o que eu quis
Confesso a minha dor

E era tão real
Que eu só fazia fantasia
E não fazia mal


E agora é tanto amor
Me abrace como foi
Te adoro e você vem comigo
Aonde quer que eu voe


E o que passou, calou
E o que virá, dirá
E só ao seu lado, seu telhado
Me faz feliz de novo


O tempo vai passar
E tudo vai entrar no jeito certo de nós dois


As coisas são assim
E se será, será
Pra ser sincero, meu remédio é te amar, te amar
Não pense, por favor
Que eu não sei dizer
Que é amor tudo o que eu sinto longe de você"


- Marisa Monte e Carlinhos Brown -

Sextuagésima Quinta Voz - Todas as Vozes diz


"Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim

Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber

Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular"

- Marisa Monte Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes -

sexta-feira, julho 13, 2007

Sextuagésima Quarta Voz - Todas as Vozes espera

"Há um vilarejo ali
Onde Areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá
Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real
Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa"
- Marisa Monte, Pedro Baby, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes -

quinta-feira, julho 12, 2007

Sextuagésima Terceira Voz - Todas as Vozes se cala


"Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você"

- Vinícius de Moraes e Tom Jobim -

segunda-feira, julho 09, 2007

Sextuagésima Segunda Voz - Odeon


"Ai, quem me dera
O meu chorinho
Tanto tempo abandonado
E a melancolia que eu sentia
Quando ouvia
Ele fazer tanto chorar
Ai, nem me lembro
Há tanto, tanto
Todo o encanto
De um passado
Que era lindo
Era triste, era bom
Igualzinho a um chorinho
Chamado Odeon

Terçando flauta e cavaquinho
Meu chorinho se desata
Tira da canção do violão
Esse bordão
Que me dá vida
Que me mata
É só carinho
O meu chorinho
Quando pega e chega
Assim devagarzinho
Meia-luz, meia-voz, meio tom
Meu chorinho chamado Odeon

Ah, vem depressa
Chorinho querido, vem
Mostrar a graça
Que o choro sentido tem
Quanto tempo passou
Quanta coisa mudou
Já ninguém chora mais por ninguém
Ah, quem diria que um dia
Chorinho meu, você viria
Com a graça que o amor lhe deu
Pra dizer "não faz mal
Tanto faz, tanto fez
Eu voltei pra chorar com vocês"

Chora bastante meu chorinho
Teu chorinho de saudade
Diz ao bandolim pra não tocar
Tão lindo assim
Porque parece até maldade
Ai, meu chorinho
Eu só queria
Transformar em realidade
A poesia
Ai, que lindo, ai, que triste, ai, que bom
De um chorinho chamado Odeon

Chorinho antigo, chorinho amigo
Eu até hoje ainda percebo essa ilusão
Essa saudade que vai comigo
E até parece aquela prece
Que sai só do coração
Se eu pudesse recordar
E ser criança
Se eu pudesse renovar
Minha esperança
Se eu pudesse me lembrar
Como se dança
Esse chorinho
Que hoje em dia
Ninguém sabe mais"

- Ernesto Nazareth e Vinícius de Moraes -

Sextuagésima Primeira Voz - Jobim por Djavan


"A correnteza do rio
vai levando aquela flor
O meu bem já está dormindo
zombando do meu amor

Na barranceira do rio o ingá se debruçou
E a fruta que era madura
a correnteza levou

E choveu uma semana
e eu não vi o meu amor
O barro ficou marcado
aonde a boiada passou

Depois da chuva passada
céu azul se apresentou
Lá na beira da estrada
vem vindo o meu amor

Ôu dandá, ôu dandá, ôu dandá, ôu dandá

E choveu uma semana
e eu não vi o meu amor
O barro ficou marcado aonde a boiada passou

A correnteza do rio
vai levando aquela flor
E eu adormeci sorrindo
Sonhando com nosso amor
Sonhando com nosso amor
Sonhando...
Ôu dandá..."

- Tom Jobim e Luís Bonfá -

quarta-feira, julho 04, 2007

Sextuagésima Voz - (nem sei se isso existe...)


"Coisa linda!
É mais que uma idéia louca,
ver-te ao alcance da boca...
Eu nem posso acreditar!
Coisa linda!
Minha humanidade cresce
quando o mundo te oferece,
e enfim te dás!
Tens lugar...
Promessa de felicidade,
festa da vontade,
nítido farol, sinal...
Novo sob o sol,
vida mais real...
Coisa linda!
Lua, lua, lua, lua...
Sol, palavra, dança, nua...
Pluma, tela, pétala...
Coisa linda!
Desejar-te desde sempre...
Ter-te agora um dia e sempre...
Uma alegria pra sempre..."

- Caetano Veloso -