segunda-feira, maio 25, 2009

127ª Voz - Faça dar certo!


Algumas vezes a gente se pega questionando sobre a vida, sobre nossas vontades, sonhos... sobre quem somos de verdade, sobre quem aparentamos ser... medos, angústias, realizações, decepções...

Hoje foi um desses dias em que acordei me questionando sobre tudo. Questionando minhas verdades, minhas mentiras, minhas ilusões, minha dedicação a pessoas e coisas...

Talvez eu me dedique sempre a algo ou alguém que não mereça. Talvez eu doe mais aos outros o que eu tenho de bom ao invés de doar a mim mesma. Talvez seja egoísta demais em outros momentos. Talvez eu sonhe em excesso, e precise calçar um sapatinho de chumbo de vez em sempre, mas como posso viver sem ter esperança?

Cheguei a conclusão de que não tenho culpa de males causados por outrem e que não mereço ser punida por eles. Não tenho culpa se as coisas deram errado para os outros, porque elas também já deram errado pra mim. Não tenho culpa por querer dar o melhor de mim e não receber o mesmo em troca. Não tenho culpa por querer que as coisas dêem certo e sempre encontrar um pessimista que me diga que elas podem dar errado. Não tenho culpa do medo alheio, e não devo deixar de ser eu mesma por também ter medos. Não tenho culpa se as coisas mudarem, e não posso viver esperando que um dia as coisas dêem errado.

Assim como não é saudável viver de ilusões, também não é saudável viver apenas na contagem regressiva do erro, da falha, ou do fim.

É preciso QUERER que as coisas dêem CERTO. É preciso FAZER com que as coisas dêem CERTO.

NÃO tente, NÃO espere... Só FAÇA!

FAÇA DAR CERTO AQUILO QUE PARA VOCÊ VALE À PENA!

- Todas as Vozes -

quinta-feira, maio 14, 2009

126ª Voz - Lembranças juninas...


Estamos em maio, eu sei... mas me peguei lembrando de um São João há uns dois anos atrás...
Entre muitas outras coisas, houve uma tal de novena do licor... É isso mesmo! Todo mundo em círculo, passando as garrafas de licor, fazendo a degustação do líquido sagrado, emitindo seus pareceres...
O resultado? Cidadãos exemplares da nossa sociedade soteropolitana caindo no Bororó...
Lâmpada! Pra evitar rima!

http://www.youtube.com/watch?v=wUIPQ0a4U9U

É 'causo' verídico, seu dotô! (Ainda bem que alguém filmou...) Pra quem é de fora talvez não faça muito sentido. Mas pra quem é de dentro... rsrs

- Todas as Vozes -

125ª Voz - De onde vem o medo...


De onde vem o medo de amar?
Do medo de sofrer...
Ou do medo de ser feliz?

- Todas as Vozes -

segunda-feira, maio 11, 2009

124ª Voz - Ainda não sei...


Bem...
Entre cafés, livros, msn, orkut, blogs, fotos, ônibus, paisagens, chuvas, cartões, flores, gritos, vozes, sussurros, sonhos, travesseiros, camas, paredes, estantes, portas, fogões, geladeiras, mesas, pães, armários, tapetes, janelas, cortinas, xícaras, chaves, corações, medos, eu te amo, dores, comprimidos, faz-de-conta, contas, conchas, olhos, gatos, cachorros, papagaios, tartarugas, balanços, gangorras, roda-gigante, trem fantasma, chapéu mexicano, gripe suína, televisão, DVD, brigas, reconciliações, ausência, silêncios, casamentos, aniversários, feijoadas, panfletos, viagens, abraços, despedidas, reencontros, presenças, ausências, português, inglês, matemática, serra, montanha, praia, frio, calor, observatório, pássaros, neve, sol, estrelas, lua, teto, chão, reticências...
Ainda exigem que eu saiba o que eu quero...

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sábado, maio 02, 2009

123ª Voz - O Cajueiro


Sempre gostei de quintais. Quando criança eu tinha no quintal de minha casa um lugar mágico. Nele moravam um balanço, uma goiabeira, uma mangueira, um pé de laranja-lima (igual o do livro) e um cajueiro. O cajueiro era meu preferido! Em sua sombra eu armava minha casa, colocava meus brinquedos, revestia o chão de tapetes, almofadas, esteiras, ursos de pelúcia, bonecas, e meus companheiros preferidos: os livros. Em sua sombra viajei pelo Reino das Águas Claras, e fiquei deitada na esperança de sentir a Terra girar em seu movimento de rotação. Na primavera voltava para casa cheia de florzinhas de caju emaranhadas em meu cabelo, e com a camisa cheia de nódoas.

Um belo dia, o cajueiro chegou ao fim de seus dias. Numa noite de tempestade, provavelmente por conta da ventania, ele não resistiu ao peso de seus galhos e foi ao chão. Escondida, eu chorei.
O tempo se encarrega de apagar algumas lembranças, e de deixar outras cada vez mais presentes. Outras ele trata de reavivar. Eu cresci, mudei de cidade, conheci outros lugares, tive momentos de riso, dias de lágrimas...

Em um desses dias de lágrimas, fui levada a um outro Quintal, e a mágica se fez. Me senti transportada para tempos de recordações profundas, de felicidade plena, e de inocência. Sentada nesse Quintal, eu pude ver o céu, senti o cheiro das folhas da mangueira, e por um momento enxerguei por entre elas as lembranças de meu Cajueiro.

Fui despertada de minhas divagações por uma voz e por olhos que pareciam me enxergar de verdade. Meus olhos pareciam conhecer aquele rosto há séculos. Depois de muito tempo senti como se estivesse no lugar certo, com a pessoa certa, no momento exato. E me deixei levar. Não tinha mais volta...

- Todas as Vozes -

122ª Voz - Ficção?


Naquele dia quando acordei, escutei um nome que não era o meu.
Me questionei sobre os inúmeros motivos que me fizeram estar ali.
Pairei em pleno ar, andando em terra. Cabeça nas estrelas, pés no chão, vento nos cabelos. Eu era outra, mas não sabia sê-la. Era mais forte, e me sentia frágil. Era mulher, e me senti menina.
Algo havia acontecido, e eu ainda não reconhecera. Meus olhos estavam abertos, mas ainda desconheciam o enxergar. Minha boca tinha voz, mas minha mente desconhecia o verbo.
Havia nascido? Havia morrido? Havia acordado?

- Todas as Vozes -