terça-feira, junho 19, 2012

Um meia meia...

Vivemos nesse eterno acorda, trabalha, almoça, trabalha, volta pra casa, janta, estuda, dorme, assiste TV, escreve no blog, facebook, telefona pra alguém... A gente vive pra trabalhar e trabalha pra viver. Ou melhor, trabalha pra pagar contas e o dinheiro nunca chega. Nossa vida vai passando, sem nos darmos conta de que ela está indo embora, e que a cada salário recebido é um mês a menos que temos a receber.

Parodiando minha música do momento, "Tô ficando velha e louca". Diria que to ficando velha e analógica. Esse é meu lema atual. Cansei do virtual: quero o real! Quero pegar um livro e sentir o cheiro do papel. Quero ir a um cinema ver um filme e comer pipoca! Prefiro uma boa locadora de DVD a filmes baixados na internet. Adoro aquela coisa de ir até as prateleiras, escolher um filme qualquer e assisti-lo em casa comendo um monte de besteira engordativa e com gordura trans! Que saudade de ir a uma loja e escolher um CD, de esperar uma carta chegar do correio e de esperar os filmes da Tela Quente começarem... 

Morro de saudade do tempo em que escutávamos rádio com a fita cassete dentro dele. Quando tocavam os primeiros acordes daquela música esperada, o REC era acionado, e lá estávamos nós gravando a música preferida, que seria repetida milhares de vezes no Walkman até que a fita se gastasse! Sinto falta de escolher um livro naquela revistinha do Círculo do Livro e esperar ele chegar em casa... de ir até a banquinha de revista e sair contente com um pacote de figurinhas do mais novo álbum! Sinto falta de colocar o filme pra revelar e aguardar ansiosamente pelas fotos, mesmo que fosse pra descobrir que todas saíram com o dedo na lente, ou com os olhos vermelhos!

Perdemos o sabor da espera. Da delícia angustiante de aguardar por uma coisa que desejamos muito e finalmente saborear o sabor da conquista quando a conseguimos. Ganhamos com a velocidade gritante do mundo? Sem dúvida! Mas perdemos tanto também... Perdemos pequenas coisas que são muito difíceis de recuperar...

Hoje entendo o tom nostálgico que sentia quando fatos da infância e adolescência eram narrados por minha avó, minha mãe, minhas tias... é um gosto de saudade, que nenhum tablet pode nos dar. O mundo digital pode ser lindo, mas a era da "annalogia" sem dúvida era muito mais gostosa!

Queria "annalogizar" um pouquinho a nossa realidade...

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