sexta-feira, abril 13, 2007

Décima Quarta Voz - Sol de Tempestade




Era noite. Fazia frio e a chuva caía lá fora. Em minha cama, ouvia os trovões rebombando como balas de canhões, anunciando que a tempestade iria piorar. Ela veio e se sentou ao meu lado.
Conhecia aquele rosto, aquele sorriso, aquela voz. Amava aquele abraço e aquele cheirinho de alfazema. Suas mãos trouxeram-me um cobertor. A lã me fazia coçar, mas estava tudo bem, porque ela estava ali. O medo havia ido embora.
Hoje, a cama ainda está no mesmo lugar. Talvez caiam novas chuvas e novas tempestades. Mas há dez anos procuro por aquela mão, que apenas ao segurar a minha, me fazia crer que nada de ruim poderia acontecer... e ela não está mais lá...
- Todas as Vozes -


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