
Escrevo apenas, sem saber por quê!
Embora siga cantando entre tempestades,
Embora continue andando sobre as pedras...
Às vezes busco em vão por cantigas novas,
Como quem busca pérolas, tesouros, novidades.
Embora siga falando em vão sobre sentimentos
E diga palavras que não penetrarão ninguém,
Não canso de ser assim, por isso sigo!
Cantando as novidades em forma de tesouros,
Pérolas de mim.
Em pérolas de outrora, embora pardas,
Sem o brilho vão da inocência,
Oculto vozes, oculto sons,
Oculto desejos, sonhos,
Canções...
Escritas sob o pendor de um estandarte invisível!
Qual será?
A verdade é que me lanço às palavras
E elas se enlaçam a mim!
E ao tentar desvencilhar-me
Escrevo palavras soltas, largadas ao vento,
Como quem fala de amor a uma criança
Que embora não saiba o que lhe guarda a vida
Sabe brincar com o destino.
Apenas escrevo!
Preciso saber o porquê?
Anna Emíllia Meira Soares – 26 de maio de 2010